Boca
Nome Original: Boca
Ano: 2010
Diretor: Flavio Frederico
País: Brasil.
Elenco: Daniel de Oliveira, Hermilia Guedes, Milhem
Cortaz, Paulo César Peréio e Leandra Leal.
Prêmios: Calango do Festival Cine PE de Melhor Atriz
(Hermília), Direção de Arte, Diretor e Trilha Sonora.

Sabe quando há boa expectativa sobre um filme e quando os
créditos sobem você pensa: “Que merda!”. Foi o que aconteceu quando vi “Boca”.
A temática sobre o centro de São Paulo da década de 50/60, a sua famosa Boca do
Lixo e um elenco maravilhoso com atores do primeiro escalão como Daniel de
Oliveira, Milhem Cortaz e Hermilia Guedes me faziam crer que estava em déficit
com o cinema nacional por ainda não tê-lo visto. Bom, o cinema nacional me deve
2 horas de um bom filme após “Boca”.
Drogas, prostitutas, armas, roubos, mortes. A vida de
Hiroíto sempre foi bem conturbada. Uma família desestruturada, um casamento
muito jovem e o espírito empreendedor fizeram de um habitué frequentador e
adorador dos bordéis, transformou Hiroito no dono da Boca do Lixo. Entre idas e
vindas da prisão, o ladrão domina parte do centro da cidade por muito tempo,
com seus bordéis, suas prostitutas e bocas de fumo. Numa época onde a polícia
era totalmente corruptível (como se isso tivesse mudado), tudo era permitido
numa zona delimitada que tinha um público cativo. Um negócio próspero. As
amizades, as paixões e a sua astúcia fizeram do jovem um mito. E esse mito
torna-se um monstro, sem limites, sem identidade, sem escrúpulos.
A parte técnica do filme de Flávio Frederico é seu auge. A ambientação
de época e figurino está ótima e é o ponto alto de toda a película, que
consegue criar um clima noir para o
belo cento de São Paulo dos anos 50. Porém, a cronologia longa, a falta de
conexão entre as fases e as cenas faz de “Boca” um filme vago, sem identidade
com o espectador. Prostitutas, sexo, maconha, sexo, cocaína, prisão, sexo,
qualquer outro tipo de droga e, por fim, sexo. Para um público tão
preconceituoso com seu próprio cinema, “Boca” pode ser o típico filme que
aumenta essa paúra de cinema nacional. O mito do Rei da Boca morreu após
“Boca”. A podridão do centro da capital paulista contaminou o espírito do filme
e deu a cria a um filme esquecível.
Vitor Stefano
Sessões
Comentários
Postar um comentário