Sindicato de Ladrões
Nome Original: On the Waterfront
Sindicato de Ladrões é uma obra-prima. Mediante isto, qualquer texto fica aquém do objeto que ele representa. Então, o que fica melhor expresso é o desejo e o esforço de apresentar e incentivar a busca por esta cultura do que uma análise das dimensões e possibilidades que o cinema propõe. Um exercício difícil, mas realizado com todo respeito. Comentários são muito bem vindos e podem fazer com que se melhore a qualidade dos posts.
Diretor: Elia Kazan
Ano: 1954
País: Estados Unidos
Elenco: Marlon Brando, Lee J. Cobb, Eva Marie Saint, Rod Steiger,
Karl Malden e outros.
Prêmios:
Oscar: Melhor Fotografia, Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor
Ator (Marlon Brando), Melhor Atriz Coadjuvante (Eva Marie Saint), Melhor Edição,
Melhor Roteiro;
Academia Britânica de Cinema e Televisão: Melhor Ator Estrangeiro
(Marlon Brando);
Círculo dos Críticos de Cinema de Nova York: Melhor Filme, Melhor
Direção, Melhor Ator (Marlon Brando);
Festival Internacional de Veneza: Leão de Prata de Melhor Direção
Globo de Ouro: Melhor Filme – Drama, Melhor Direção, Melhor Ator
em um Drama (Marlon Brando), Melhor Fotografia.
Além dos prêmios descritos acima, Sindicato de Ladrões recebeu
ainda outros menos famosos. Claro que se trata de um feito, a mim pelo menos
constata que crítica e público nos idos da década de 1950 já começavam a
apreender de formas distintas as funções e os caminhos que a sétima arte
poderia tomar. Quero lembrar mais uma vez que se trata de um filme hollywoodiano e apesar disso, revela que algumas maneiras de filmar vinham cambaleando na terra dos
atores que pretendiam negar a lei da gravidade.
O que dizer das grandes proezas do filme e da atualidade que ele
estampa? Um sindicato de corruptos. Não sei se isto ainda existe nos dias de
século XXI. Será que líderes sindicais ainda pensam em levar proveito próprio
usurpando do nome de um coletivo? Será que delatores ainda são perseguidos e
mortos porque não aderiram aos preceitos da organização? Será que obediência e
medo ainda são fatores de coesão social? Será!? Claro que não, o século novo ficou
doce e tem gosto de maçã.
Não sei se Sindicato de
Ladrões me pegou em um momento de muita tristeza. Mas, despontou como um
dos filmes mais tristes do mundo. Talvez, porque não consigo ver alteração na
essência das relações de poder até o presente.
Contudo, além dos meus
lamentos é necessário falar da direção do longa que é absolutamente absoluta. Elia
Kazan demonstra influências do pai dos signos, Sergei Eisenstein com absoluta essência, ciência e competência. Logo na primeira cena, o clima do filme já está
sabiamente constituído. E a última cena? Esta é para ver e rever em quantas
vezes o tempo couber. Desta maneira, segue recomendação costumeira: Vejam o filme!
Marlon Brando? Magnificamente, contando trinta anos, Marlon Brando já é um
profissional amadurecido. Brando está brandindo e bradando que novos meios de
interpretação urdem no cinema. Há uma construção, uma dedicação, uma abnegação
em nome de um trabalho artístico. Sua caracterização e transformação na
composição do personagem são mais que impressionantes. Que me perdoe o insuperável
padrinho, mas penso que Terry Malloy é a melhor aparição do ator.
O vídeo abaixo contém a cena mais
examinada pelos iniciados no que se refere à atuação de Marlon Brando. Uma cena
indócil, mas se não assistiu ao filme ainda, sugiro que não veja a cena antes,
mas a escolha é sua:
Sindicato de Ladrões é uma obra-prima. Mediante isto, qualquer texto fica aquém do objeto que ele representa. Então, o que fica melhor expresso é o desejo e o esforço de apresentar e incentivar a busca por esta cultura do que uma análise das dimensões e possibilidades que o cinema propõe. Um exercício difícil, mas realizado com todo respeito. Comentários são muito bem vindos e podem fazer com que se melhore a qualidade dos posts.
Leandro Antonio
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