A História das Coisas
Nome
Original: The Story of Stuff
Diretor: Louis Fox
Ano: 2007
País: EUA
Elenco: Annie Leonard
Sem Prêmios
Coisas, coisas, coisas. Entre ter, ganhar, comprar, querer e
precisar há um enorme vale. Uns vales no qual já não vêem o rio passar, não se
vê o gramado ou mesmo o outro lado da montanha. Só vemos coisas. Uma palavra
curta utilizada para tudo, sem determinação de grau, gênero ou espécie. Através
de simples atitudes conseguimos identificar essas coisas e absorvê-las como
são. Coisas vêm e vão, mas a consciência do que realmente precisamos é que
precisa vir e ficar. Mas são coisas da vida capitalista anti-utópica.
Desde os primórdios, passando pela evolução industrial,
guerras, nazismo, socialismo, capitalismo, e agora, essa coisa, o poder sempre
foi uma das únicas características pétreas. Ter e poder são basicamente
sinônimos até os dias de hoje, apesar de ser absolutamente comum e
politicamente correto dizer que não - bobagem. Muito se fala em capacidade de
liderar naturalmente, mas diga-nos um líder que não quer ter mais que outros?
São coisas da natureza humana.
O consumismo inveterado é um dos pilares da sociedade. Quem
tem quer mais e quem não tem baba nos que tem e rala a vida toda para acumular
coisas. Aliás, é do ser humano isso. Lembre-se em casos das enchentes de
janeiro na cidade de São Paulo: os moradores de rua sempre vão às câmeras
indignados por terem perdido tudo. Tudo = coisas. Assaltos existem para captar
coisas dos outros. Estou diante de uma coisa que em poucos anos virará uma
carcaça inútil, assim como eu.
Saber exatamente o que precisamos para viver é uma tarefa
absolutamente complexa e chata. Chata porque em grande parte das vezes, o ter é
a busca por um prazer – que por vezes dura minutos. Veja quantas crianças
entram em lojas de brinquedos e após aquele choro ensurdecedor amolece o pai
que compra o que a criança quer. Em poucos dias esse presente não servirá mais.
Uma indústria, um governo, uma sociedade, um meio ambiente e um sistema
condicionam as pessoas à acumulação de tudo: dinheiro, saúde, história,
conhecimento... coisas. Status de bacana.
A aula dada por “A História das Coisas” através de um
fluxograma animado, funciona exatamente para vermos que muito além do querer
tem o precisar. Mas é preciso olhar em volta, ver quem está ao nosso redor e
entender que tudo que temos poderia ser melhor aplicado. Ai vem um pensamento
bobo desse tal de socialismo. Sonho meu... Cada coisa no seu lugar, mas
invariavelmente esse lugar é o lixo em que vivemos e que nadamos nesse mar de
coisas. Joguem tudo fora e vamos viver nus e do que encontrarmos nas ruas do
que resta de fauna e flora nesse planeta.
Esse filme também é uma coisa inútil. Esse vídeo também pode
ser. Mas acumular conhecimento nunca é demais. Esses versos acumulados no
inicio desse texto não valem nada. Esse blog é inútil. Acumular conhecimento
demais nos fará pensar em coisas demais? Vocês precisam de mais alguma coisa?!
Deixa eu colocar meu Ipod, ver meu celular e admirar minha amada coleção de
filmes...
Vitor Stefano
Sessões
Devaneios das caminhadas no Centro de São Paulo e mais coisas.
Centro de Almas
Andando pelas ruas sentimos aquele odor
Mais à frente a resposta para tanto fedor
Não é um animal, são restos
Restos mortais, inanimados, invisíveis
Percebemos apenas vultos e uma multidão
As calçadas estão repletas de mortos-vivos
Seres (des)humanos caminham sem uma resposta
Sem entender, sem saber o que fazer, mas sempre preocupados
com suas coisas.
Apenas nos atentamos a desviar desses obstáculos que
respiram.
Estão enterrados sob a terra, sentindo a chuva e respirando
fumaça dos carros.
Há vida, mas não existem mais almas pelo centro.
Vitor Stefano
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