A Igualdade é Branca

Nome Original:Trois Couleurs:Blanc
Diretor: Krzysztof Kieslowski
Ano: 1994
País: França, Polônia e Suiça
Elenco: Zbigniew Zamachowski, Julie Delpy e Janusz Gajos
Prêmios: Urso de Prata de Melhor Diretor
A Igualdade é Branca (1994) on IMDb

Igualdade: sf (lat aequalitate) Identidade de condições entre os membros da mesma sociedade

O Branco é belo.

Certamente todos já ouviram uma frase, muito correta: “Todos somos iguais”. Eu gosto de complementá-la com “...e somos todos diferentes”.


Karol Karol clama: “Onde está a igualdade?”. Eu não vejo, eu não sinto, eu acho que nem sei o que é isso. Ele está cego. Não se importa em ser tratado como um crápula, um boçal, um quase-ninguém. Mas ele tem uma meta: reconquistar o amor da bela Dominique, a que mais lhe humilha. Humilhar é o verbo correto ao que a ex mulher faz ao cabeleireiro.

Andar sem rumo pelas ruas de Paris, soaria até romântico, não a alguém que está perdido. Perdido de amor. Ser pisado nem lhe incomodava mais, pois já não sentia a dor. Na estação de metrô, uma luz no fim do túnel. Não é o trem que está para chegar, é Mikolaj, um dos iguais (polonês) que tem pretenções de retornar à gélida Varsóvia. Engenhosamente eles se entendem e arquitetam a partida à capital polaca.

Lá a vida do sofrido começa a tomar novos rumos. Karol abre os olhos. Pensa, batalha e conquista! Auspiciosamente ele chega lá. “Eu sou um igual”, deve ter pensado. Mas não é, ele agora tornou-se um superior. E todo aquele amor que ele tem, mantêm-se lá, porém adicionado à ele novos sentimentos.


Aí chegamos a um outro ditado: “A vingança é um prato que se come frio”. Sofre Dominique que não conseguiu manter-se no pedestal. Ser igual é saber ser diferente. Karol Karol aprendeu. Eu aprendi. Mas, existe essa tal igualdade?



Vitor Stefano
Sessões

Comentários

  1. Kieslowski é mestre em compor argumentos e dirigir filmes de maneira perturbadora. “A Igualdade é Branca” mantém a frieza e a melancolia dos outros filmes da trilogia, mas com um diferencial: é um filme cômico.Mas não pense que se trata de uma comédia. Não é, mas está quase lá. Na verdade o humor negro que persiste em quase todo filme está lá não para entreter, mas para comover, provocar e incomodar. A fotografia de Edward Klosinski é um dos destaques. Apresenta um tom sombrio dando ênfase, é claro, aos elementos de cor branca, como a neve, os pombos voando e o véu de noiva. Outro ponto alto é a fantástica trilha sonora de Zbigniew Preisner.A Igualdade é Branca” é sem dúvida um grande filme, mas eu prefiro a genialidade e a densidade das outras cores.

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  2. Da Trilogia, este é dos que gosto menos. Acho que o assunto vingança me incomoda muito. Mas nem por isto deixa de ser imprescindível de ser visto, para se entender o encaixe perfeito das três cores em uma obra magnífica da arte cinematográfica.

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